quinta-feira, 27 de junho de 2013

Nunca Subestime Um Assassino




Historia
Olympia é uma cidadezinha no interior de Washington, chove seis dias na semana e a cidade é conhecida pela excelente cerveja servida nos bares da cidade e pelo ensino de ótima qualidade. A escola secundária Olympia High School é uma das melhres escolas do condado. A turma de formandos de 2013 se conhece desde sempre, e resolveram tirar esse final de semana para comemorar. Metade da sala dormia e a outra metade conversava enquanto o professor de Álgebra explicava algo sobre o círculo trigonométrico. Seria interessante, se Zack, Tyler e os outros meninos que formavam o time de futebol do colégio, não tivessem algo em mente. Sophie observava com a cabeça abaixada, enquanto os garotos conversavam sem dar á mínima para o professor que explicava a matéria para a metade da sala que não dormia. Ela voltou seu olhar para o professor quando as luzes da sala começaram a piscar e tudo ficou escuro por um momento, assustada ela se levantou da carteira e, quando as luzes voltaram a se ascender, todos os colegas jaziam inertes em suas carteiras, havia sangue por todo o lado e todos eles estavam mortos. Até mesmo o professor, estirado em sua mesa com os olhos abertos em sua direção. Na lousa, com sangue, a seguinte frase podia ser vista. "A culpa é sua." Sophie olhou para suas mãos que estavam ensanguentadas.
Sophie acordou assustada, ainda estava na sala de aula, não havia luzes piscantes, sangue por todo o lado e nem uma mensagem macabra dizendo que a culpa era dela. Foi apenas um sonho. Ela repetiu para si mesma e pulou de susto quando a sala explodiu em risadas.
- Ei, ei, Annie!
Annie olha pra Zack.
- Pega isso aqui logo antes que...
O professor continua explicando a matéria e anda em direção de Zack, e pega o papel de suas mãos.
- Howe...
- Professor...
- Zack, se você sabe passar bilhetes para a Annie, creio que sabe responder minha pergunta, estou certo?
Zack desvia o olhar do professor e quando olha pra lousa está cheia de contas.
- Não.
Zack não conseguira responder á pergunta do professor e toda a sala começou a rir.
- Então acho que você não iria se importar se eu lesse em voz alta o que você mandou pra Annie? - Pergunta o professor.
- Poupe sua saliva, eu mesmo faço isso. - Diz Zack.
Todos continuam rindo. Zack se levantou dando aquele sorriso debochado que sempre dava. Ficou ao lado do professor e disse:
- É, eu sei, muito engraçado. Tão engraçado quando levar uma surra, cale a boca Scott!
Scott levantou as mãos em rendição.
- Então, como esse é o nosso último ano, que tal todo nós irmos acampar no final de semana?
- Todos nós? Todos?
Spencer olha para Zack que concorda com a cabeça.
- Sente-se. - O professor diz e tenta controlar a sala que explodia em expectativa e excitação, Sophie juntava os materiais para sair da sala. Ela não iria. Definitivamente não. Iria ser um final de semana como aqueles que ela gostava de evitar, gente que não gosta dela, se divertindo.

- Você vem, não é Sophie? Vai ser divertido.
Leon parou a garota no meio do corredor. Não era porque o garoto era seu melhor amigo, que ele tinha essa intimidade toda. Ela rolou os olhos e o contornou, seguindo seu caminho.
- Quer me matar de susto? Não. Não tenho certeza.
- Vamos Sophie, vai ser divertido. Eles convidaram todo mundo.
Ele insistiu, Dereck os alcançou.
- Você vem não é?
Ele perguntou para a menina.
- Eu acho que não.
- Por quê?
Leon estava me olhando com a carinha de pena. Patético.
- Você acha que eu vou viajar com todas essas pessoas que sempre me odiaram? Leon, você sabe que não me sinto confortável com algumas pessoas.
Ela tenta continuar andando, mas eles a seguem.
- Porque vocês querem tanto que eu vá? É fim de ano, ninguém vai me querer por perto.
- Claro que vão!
- É fim de ano Sophie, tá todo mundo unido por causa da formatura.
- Vocês são uns filhos da mãe persuasivos sabiam?
- Isso quer dizer que você vai?
- Quer dizer que vou bater em você se eu chegar atrasada na minha aula.
Ela acenou e sorriu pelos ombros quando eles falaram que a veriam mais tarde.
- To de olho.
Dereck dá uma cotovelada amigável em Leon.
- O que?
- Não se faz de idiota...
- Vai pra sala animal.
Os dois riem e correm para a sala.

Gabe, Annie, Zoey e Michael são os últimos á irem para o acampamento, porque ainda estão na garagem do prédio.
- Gabe, acho que suas malas não cabem aqui. - Michael diz, tentando colocar as duas exageradas malas da irmã em seu carro.
- Tudo bem, eu tiro as suas.
Gabe dá de ombros e caminha até Michael, com a intenção de tirar as malas de lá.
- Ah é? Sem minhas coisas, não tem como eu ir, e você vai ter que arrumar alguém pra levar vocês.
Annie e Zoey riem.
- Gente, se vocês quiserem chegar na hora à gente tem que sair agora.
Zoey diz, consultando o relógio.
- Acho que vai dar tempo, não vai ter ninguém lá ainda provavelmente.
- Não, eu liguei pro Zack ontem e ele disse que ia mais cedo, acho que o Dereck vai chegar cedo também.
Annie para de mexer no celular por um instante e encara a amiga.
- Dereck Miller? Então isso significa que...
- Os encostos também vão.
Gabe dá de ombros e entra no carro.
- Eu gosto da Sophie.
Annie fecha a porta e encara Gabe.
- Eu também, mas eles são muito... Sinistros!
Michael e Zoey entram no carro e eles começam a viagem até a floresta que cerca a cidade.

Eles estão quase chegando. Gabe está mexendo no celular e Annie está dormindo. Michael olha pelo retrovisor e rola os olhos teatralmente. Ele olha para a namorada que está distraída, fazendo onda com as mãos na janela do carro, que está aberta. Michael aproveita que a estrada está vazia e se inclina para beijar Zoey, colocou a mão para dentro do carro e sorriu para ele. Quando Michael volta os olhos pra estrada breca com tudo porque vê um vulto no meio da estrada.
- Mike! - Zoey grita, a freada brusca acordou Annie e deixou Gabe assustada. Michael fita a figura que caminha pelo acostamento sem dizer uma palavra.
- Mike? Michael! Cuidado garoto, você é louco?
Gabe bate no ombro do irmão mais velho, que desce do carro e anda até a figura no acostamento.
- Oi?
Ele diz para a garota que está fitando o vazio.
- Oi.
Ela sorri de um modo que deixa Michael desconfortável.
- Está perdida?
- Não, minha casa é aqui por perto.
Ela aponta para a floresta.

Zoey, Annie e Gabe dentro do carro parecem assustadas, Zoey olha pra Gabe.
- Seu celular tem sinal?
Zoey pergunta sem se virar para trás.
- Sim.
Gabe responde confusa.
- Policia.
Zoey diz sem chamar a atenção dos dois que agora, estão olhando para ela.
- Não, espera ai.
Gabe se ajeita no banco, para olhar para eles.

Michael ainda conversa com a garota.
- Posso ajudar?
- Não tudo bem, eu estou bem por aqui, gosto de caminhar.
Ela diz olhando pra frente. A garota não gosta mesmo de contato visual.
- Entre no carro, a gente vai pra perto da floresta, acho que você vai querer companhia.
- É sério?
Ela o encara pela primeira vez.
- Sim, é sério.
- Legal!
Os dois voltam pro carro, ela entra no banco de trás, Annie e Gabe se olham com um ar de desconfiança, a Garota se encosta no banco.
Alma sorri pra Gabe que se assusta e se afasta dela.
- Sabe, faz um bom tempo que eu não tenho uma companhia.
- Interessante.
Ela ergue as sobrancelhas e volta a mexer no celular.
- Minha mãe morreu quando eu era criança, meu pai me criou sozinho, e me trouxe para morar nessa casa aqui perto da floresta, sempre gostei da natureza, me faz eu me sentir mais poderosa quando estou perto dela.
- Pera, sua mãe morreu e seu pai te jogou no mato?
- Sim, ele a matou, na minha frente, e me trouxe aqui pra floresta. Ai eu tive que aprender a viver sozinha, mas os espíritos sempre estão comigo e me preenchem.
- Você é uma...?
Annie estava ficando muito assustada.
- Espirita. Acredito nos espíritos, e que eles estão por perto, principalmente na floresta, eu posso ouvir os gritos, eles são horríveis e me chamam, mas eu os ignoro.
- PARA O CARRO QUE EU QUERO DESCER!
- Gabe, dá pra ser menos histérica?
Ele quase bateu o carro outra vez.
- Já me basta ter que ir pro meio de uma floresta, agora me diz que tem seres que gritam dentro dela? Ai ai. Se eu morrer, a culpa é sua.
Ela aponta para Alma e faz questão de manter uma distância segura até o fim da viagem.

Quando eles finalmente chegam á clareira Alma desce do carro e vai andando até a floresta, sai sem falar nada ou agradecer.
- Quem era?
Zack pergunta, cumprimentando as meninas.
- Nem me pergunte.
- Se isso for um filme de terror, que acabe logo.
- Como é que é?
- Longa historia.

Os garotos ajudam as meninas á colocarem suas coisas no lugar. Anoiteceu tão rápido quanto esfriou e os garotos tiveram que acender uma fogueira.
- Certo, vamos deixar isso aqui mais animado.
Izzy se levantou e caminhou até uma das mochilas que estavam por perto. Tyler, provavelmente, havia trazido um pequeno estoque de bebidas.
- Ei, no que você vai mexer aí? - Scott pergunta, olhando para Izzy que o manda ficar quieto com um movimento de mão. Ela mostra as duas garrafas que conseguiu pegar e Sean fala por ela.
- Quem tá a fim de brincar de eu nunca?!         
Eles parecem animados com a ideia, mas Thomas não está ali.
- Onde será que ele foi? - Izzy pergunta, sentando em seu lugar no círculo.
- Ele estava aqui do meu lado agorinha mesmo.
Andie diz olhando para o lugar vazio, tentando entender como o garoto pode ter sumido. Eles ficam em silêncio por um momento e Thomas pula atrás de Lux, fazendo-a tomar um grande susto, fazendo com que o resto do grupo ria.
- Babaca. - Lux diz com a mão no peito, tentando se recuperar. Thomas caminha até Sean e os dois se cumprimentam, como se aquilo tudo fosse ensaiado.
- Quem começa? - Annie diz, tentando tirar o clima pesado.
- Eu! Vamos começar devagar. Eu nunca brinquei de eu nunca! - (Zack, Izzy, Nicki, Cassie, Sean, Annie, Lux, Thomas, Zack, Ayla, Tyler, Gabe e Nour bebem).
- Eu nunca tirei um 10. - (Andie, Derek, Lux, Annie, Luigi, Spencer, Sophie, Kim, Gabe, Leon, Amy bebem).
- Eu nunca fiquei de detenção. - (Izzy, Annie, Derek, Thomas, Luigi, Gabe, Spencer, Cassie, Nicki, Zack, Ayla, Nour, Tyler, Sean bebem).
- Eu nunca beijei! - (Todos bebem menos o Leon). Todos encaram o Leon, mas não dizem nada.
Depois de um tempo o pessoal já está começando a ficar bêbado e as perguntas se tornam mais despudoradas e sem noção.
- Eu nunca fiz uma tatuagem na bunda. - (só Andie bebe). Todos olham para a Andie e começam a rir.
- Isso é serio? - Lux pergunta, encarando a garota que estava do outro lado da fogueira. Andie acena com a cabeça.
- Foi um ano conturbado, cheio de altos e baixos...
- E o baixo resultou em uma tatuagem na bunda! - Tyler a interrompeu e ela o encarou com raiva.
- Eu estava andando com as pessoas erradas tá legal? Eu tinha ido numa festa, bebi um pouco além do que devia e me desafiaram. Eu só... Fiz.
- Olha só, parece que a cdf não é tão certinha assim! - Annie ri junto com algumas pessoas.
- Ok, minha vez, Eu nunca fiquei bêbada. - Cassie diz. (Andie, Izzy, Annie, Lux, Thomas, Gabe, Cassie, Nicki, Zack, Ayla, Nour, Tyler e Sean bebem).
- Eu nunca peguei a Nicki. - Tyler pisca para o amigo do lado. (Todos os meninos bebem menos o Leon e o Dereck).
- Eu nunca usei êxtase. - (Izzy, Nicki, Cassie, Sean e Tyler bebem).
- Bem! Eu nunca amei. - Ayla diz. (Todos tomam menos Sophie e todos olham para a Sophie).
- Quer dizer então que você e o Dean... - Kim começa a falar, mas Spencer a corta.
- Shiu, Calada. - Mas o sussurro pode ser ouvido. Sophie encara o chão e deixa uma lágrima escapar. Ela se lembra de tê-lo visto antes de morrer, ele estava feliz. Eles se abraçaram e ele a deixou em casa. Logo depois ela está num enterro e ele está no caixão. Ela chora e Leon a abraça.
- Eu nunca superei a morte de Dean Hardwick. - Sophie larga o copo no chão e sai correndo pra floresta. Leon e Dereck a seguem.
- Parabéns Ayla, tudo estava em paz até você resolver abrir a sua boca e falar do Dean. - Lux se levanta e caminha até a barraca.
- E qual é o problema? - Ayla diz.
- O problema é que todos nós sabemos como falar do Dean perto da Sophie é perigoso, o quando ela fica mal por causa disso. - Luigi diz e Spencer completa.
- Até hoje ela não superou a morte dele, foi uma coisa tão repentina.
- Como ele morreu mesmo? - Amy pergunta.
- Afogado, mas há quem diga que foi suicídio ou de outras maneiras. - Sean responde.
- E até hoje não descobriram? - Amy nunca tinha ouvido falar em Dean Hardwick antes.
- Nunca encontraram provas o suficiente para isso. – Responde Sean.
- Mas e o corpo?
- Primeiro ele desapareceu, duas semanas depois o corpo foi encontrado, e como o corpo não tinha marcas nem nada, concluíram que ele havia sido afogado e o corpo tirado do local.
- Por isso que a Sophie é totalmente perturbada. Ela não superou a morte dele.
- Ela gostava dele, com certeza gostava.
- Você tem duvidas disso?
- Você não deveria ter falado do Dean...
- Até poderia, mas não perto da Sophie.
- E eu estou ligando pra Sophie desde quando?!
- Ayla só respeite a morte dele tá bom? Não é bom ficar lembrando disso.
- E nós poderíamos ter curtido nossa viagem, mas alguém resolveu lembrar-se desse assunto, agora o clima tá chato.
- Depois dessa eu acho melhor irmos dormir.
- Resolvam isso com a Sophie pela manhã, é melhor.
- Eu acho melhor eu ir me desculpar agora, eu vou procurar ela.
Ayla se levanta e adentra a floresta.

Enquanto ela vai andando, mostramos Michael e Zoey também na floresta, mas em outra parte. Eles estão sorrindo e se beijando, enquanto Ayla está andando na quase escuridão.
- Nossa como eu sou esperta, vou falar do garoto que ela amava e que morreu misteriosamente perto dela, muito esperta Ayla.
Ela corre um pouco mais e escuta um baque, ao mesmo tempo em que o casal escuta. Eles param de se beijar.
- O que foi isso?
Zoey sussurra assustada.
- Não foi nada Z. Relaxa.
- Mike, eu escutei alguma coisa e tem uma luz ali.
Michael rola os olhos e pega a mão da namorada.
- Não tem nada aqui.
Ele está andando de costas e quando se vira, Alma está com uma vela próxima ao rosto, ele toma um susto e ela se vira, como se não tivesse os visto. Alma caminha até um círculo de velas totalmente bizarro e começa a falar sozinha.
- Isso tá me assustando.
Zoey diz e puxa o namorado pra longe de Alma.
- Viu? Eu disse que não era nada de mais, só uma maluca na floresta.
Eles sorriem.
- Vem, vamos voltar para o acampamento.
Eles estão caminhando de volta para a clareira e, bem próximo deles, o corpo de Ayla está sendo arrastado. Podemos ver alguém encapuzado que está puxando o corpo, ele deixa o corpo de Ayla no chão e o dia amanhece.
O pessoal vai acordando devagar, Zoey, Gabe, Mike e Annie estão comendo algumas coisas, próximos á barraca.
- Hum, vocês não vão acreditar.
Gabe diz, terminando de engolir o que estava comendo.
- A maluca da estrada, aquela que pegou carona com a gente, tava andando por aí hoje de manhã.
- Eu bem que ouvi alguma coisa.
Annie diz, terminando de comer.
- Na minha opinião, aquela ali tem uma plantação de maconha na casinha da floresta dela. Tipo o Jason Voorhees sabe?
- Doidinha, doidinha.
Michael sorri para a irmã.
- Sinto lhe informar, maninha, mas aquela ali tá mais pra bruxa de Blair. Ontem á noite ela estava no meio da floresta, num círculo de velas, falando sozinha.
Gabe e Annie arregalam os olhos, a garota é mais estranha do que elas imaginavam. O pessoal vai acordando, Amy, Lux e Nour estão um pouco esquisitas.
- O que foi? Teve pesadelos com os esquisitos?
Tyler ri e bate na mão do Thomas.
- Não vimos Ayla desde ontem e o medalhão da Amy sumiu.
- Não deixou na cidade?
Kim pergunta.
- Não! Era o medalhão da minha avó, se eu não achar eu estou perdida.
Ela se lamenta e seu grupo de amigas começa á procurar pela área.
- Ei Nicki, o que houve com o teu cabelo?
Cassie pergunta olhando para a amiga que mantem uma mão na cabeça e o cabelo totalmente desgrenhado.
- Eu não sei, acho que é essa umidade toda, e eu acho que a porcaria da escova me deixou careca, olha isso.
Ela mostrou um monte de fios de cabelo que saíam facilmente da sua cabeça. Os garotos terminavam de acordar quando um grito pôde ser ouvido. Eles correm até onde acham que veio o som e encontram Lux debruçada sobre o corpo de Ayla. Eles fazem um círculo em volta do corpo e Sophie é a última a chegar, ela força a passagem pelo meio das pessoas e tira Lux de cima do corpo. As garotas tentam acalmar Lux enquanto Sophie verifica a pulsação.
- Ela está morta.
- Valeu pela informação Sherlock, como se a garganta cortada não fosse sutil o bastante.
Tommy diz.
- Não, ela morreu á noite. Umas nove horas, no máximo.
- C-como você sabe disso?
Lux diz, em choque.
- Eu... Eu sei bastante sobre os filmes de terror e fui a algumas palestras esse ano.
- Alguém fecha os olhos dela pelo amor de Deus!
Eles começam á ficar agitados. Há um corpo na frente deles.
- Não dá!
Sophie grita também.
- Faz pouco tempo que ela morreu, o corpo vai ficar assim por um tempo.
- Deixa de ser anormal garota, como você pode saber disso?
Nicki pergunta também exaltada.
- Ei! Vamos relaxar, ligar pra polícia e resolver essa parada.
Michael joga uma blusa para que Sophie cubra o corpo. Ela nota algo nas mãos de Ayla.
- Sim. Chamar a polícia e aproveitar pra prender todos nós. Alguns são menores de idade. Tem bebida e maconha aqui, tá maluco?
- Aproveita e prende a Amy, porque é o medalhão dela que a Ayla está segurando.
Sophie levantou o medalhão na altura dos olhos, todos ficaram quietos e Amy correu para pegar o objeto.
- Eu não fiz isso! Eu nunca faria isso na minha vida, matar alguém é... É absurdo!
- E porque o seu medalhão tá na mão dela?
Andie pergunta.
- E porque ela tá segurando uma peruca com o cabelo da Nicki?
Amy responde, apontando para a outra mão, que agarrava um tufo de cabelos da Nicki.
- Eu não. Peraí! Isso é impossível! A Cassie estava comigo o tempo todo, eu não saí da barraca!
- É o seu cabelo na mão dela.
Sophie diz, apontando para o corpo.
- Mas é a impressão da sua mão em sangue, que está no corpo Sophie.
Gabe diz, descobrindo o corpo e tirando o cabelo do pescoço, onde dedos de uma mão estão impressos no pescoço de Ayla. Todos eles se viram para ela.
- Faz sentido.
Sean diz.
- Ela zoou com você todos esses anos.
- Foi uma vingança bem planejada.
- Você queria se vingar por todas as coisas que ela fez com você, e falar de Dean ontem foi à gota d'água, não foi?
- Como você pôde?
- Eu não fiz isso!
Sophie grita para eles.
- Vamos esfriar a cabeça, tá legal? Pode ser a mão de qualquer um aqui.
- Ah, claro Michael, alguém desconhecido, mataria uma desconhecida no meio da floresta. Acorda!
Cassie diz.
- Relaxa, vamos voltar, esfriar a cabeça e pensar sobre isso. Existem milhares de malucos por aí, não acho que Sophie seja capaz de matar alguém.
- Para da defender a psicopata Michael!
Gabe grita pra ele e eles voltam para o acampamento. Nem Sophie, nem Leon e nem Dereck estão á vista. Quando conseguem acalmar Lux, ela dá a falta de Nour, então se separam para procurá-la. Kim e Amy vão para um lado e Luigi vai para o outro. Enquanto eles estão na floresta, o grupo guarda as coisas no carro. Lux precisa tomar um calmante porque ela começa a ficar agitada. Amy pede que Kim espere, porque ela vai verificar um lado e Amy o outro. O assassino surpreende Amy e acerta o taco de baseball na cabeça dela, que cai no chão, desacordada. Ele a acerta mais duas vezes para ter certeza de que matou. Kim volta e encontra o assassino matando sua amiga. Ela tenta correr, mas ele corre atrás dela, a derruba no chão e crava a faca em seu peito. Kim morre instantaneamente.
- Eles estão demorando um pouco, não acha?
Andie comenta com Sean.
Luigi está andando pela floresta quando nota algo no chão, ele se abaixa para pegar uma pulseira que Nour usava e é surpreendido quando colocam um saco em sua cabeça. O saco é amarrado em volta do seu pescoço e ele é derrubado no chão com força.
O assassino ajeita as luvas quando o corpo de Luigi para de se debater.
- Tá, eu vou verificar se eles estão bem porque eu quero dar o fora daqui.
Leon diz se aproximando do carro, ele estava guardando as malas, ele caminha na direção em que eles foram. Não demora muito até que encontre os três corpos amontoados e ensanguentados. Ele volta correndo e se tranca no carro.
- Eles estão mortos! Todos eles! Vamos dar o fora daqui agora!

Michael dá a partida no carro e o grupo de alunos volta para a cidade. Eles estão assustados, alguns de seus amigos de infância acabaram de morrer diante de seus olhos. Michael, Gabe e Zoey deixam Annie em sua casa. Quando eles finalmente chegam em sua própria casa, os três se encaram.
- O que diabos aconteceu naquela floresta?!
Gabe, que parecia completamente controlada diante da situação, explode, assimilando todos os fatos.
- Meus amigos morreram Mike! Morreram! E o filho da puta que os matou está por aí!
Michael abraça Gabe tentando confortá-la.
- Eu não posso te explicar como aconteceu G. E Tyler não quis chamar a polícia pra resolver aquela bagunça logo. Eu não sei o que aconteceu Gabe, mas a gente não pode perder a cabeça. Não agora.
Zoey também abraça Gabe e o celular dos três apita, eles pulam de susto. Há uma mensagem idêntica nos três celulares. "Precisamos discutir o que aconteceu. Amanhã, no parque no centro da cidade.- Zack"
É quase meio dia e o grupo de alunos está reunido no parque da cidade. Alguns garotos estão com olheiras e visivelmente abalados. As garotas estão nervosas, com os cabelos desalinhados, olheiras e sem maquiagem.
- Eu sei que o que aconteceu na floresta foi horrível, mas a gente não pode falar uma palavra sobre isso.
Annie levanta a cabeça e encara Zack.
- A gente não pode falar uma palavra sobre isso? Enlouqueceu? A gente tem que chamar a polícia. Já tinha que ter feito isso.
- Não! A gente não pode chamar a polícia agora. A gente vai preso por omissão de cadáver. É muito sério.
- Sério, é ter fugido quando achamos os corpos dos nossos amigos. Sério, é não ter avisado ninguém sobre isso.
Cassie diz se levantando.
- A gente não pode abrir a boca!
Tommy se levanta também. O grupo está dividido entre contar para a polícia, ou encobrir o caso.
- Pensa bem Mike, Andie, Spence... Se vocês forem fichados, a universidade vai tirar a bolsa. Digam adeus para o brilhante futuro de vocês. (Sean)
As pessoas que queriam contar á polícia se calam e pensam sobre o assunto.
- O que a gente vai dizer então, os pais da Kim já me ligaram.
Spencer volta a se sentar.
- O que você disse?
Tyler parece quase desesperado.
- Eu não atendi. Mas eles vão ligar de novo, o que eu digo?
- Diga que não sabe onde ela está. Que ela nunca chegou na sua casa, que nós nunca chegamos á ir até a floresta.
- Vamos dizer isso á polícia também? Porque tenho certeza que os pais deles vão dar os filhos como desaparecidos, e a escola inteira sabia do acampamento. Somos os principais suspeitos.
Zoey se pronuncia pela primeira vez.
- Esse vai ser o discurso. Nós nunca chegamos á ir na floresta. Luigi, Kim, Amy, Ayla e Nour não foram vistos desde sábado.
Leon chama a atenção para sí e ninguém pode negar que é a melhor opção. Eles decidem continuar com suas vidas, mentir para a polícia e fingir que nada daquilo aconteceu.

(Efeito de tempo- uma semana)
Há cartazes com fotos de Kim, Amy, Ayla, Nour e Luigi por toda a cidade. Os policiais vão á casa das vítimas para tentar obter alguma pista. Sem nada, os policiais começam a interrogar os colegas de classe e todos os que estariam no acampamento que não aconteceu, de acordo com eles.

Cassie está em casa assistindo tv e ela reconhece uma aluna do seu colégio dando uma entrevista para o noticiário local. Sara Stark se vira para a câmera
- Estamos aqui na esquina com a Rua 16, onde uma garota ligou para a polícia, dizendo ouvir gritos vindos do vizinho, onde a estudante Izzy O' Conan morava com os pais. Diga-nos o que aconteceu.
- Eu não sei o que aconteceu, eu estava em casa e ouvi gritos, aí liguei pra polícia. Mas eu fiquei com medo de olhar pela janela e fiquei escondida até ouvir as sirenes.
- Você conhecia a vítima?
- Sim, eu e a Izzy íamos no mesmo ônibus para a escola. Ela era uma pessoa legal, não entendo como isso pôde acontecer com ela.
- Obrigado por seu depoimento. - Sara Stark se vira para a câmera- É uma pena que isso tenha acontecido, embora os policiais tenham entrado imediatamente na casa, não acharam o corpo ou o agressor, mas sinais de luta e sangue. Aqui temos o oficial que chegou primeiro ao local.
- Recebi um chamado á pouco tempo pelo rádio e dirigi até aqui, a porta da frente estava encostada e a casa estava quase toda arrumada, havia um rastro de sangue que ía do banheiro até a porta da frente, indicando que o agressor arrastou o corpo até a porta, mas as pistas acabam aí. É um caso muito peculiar porque apenas a garota estava na casa, o agressor escolheu meticulosamente quando começar a ação, então acreditamos que ele conhecia a vítima.
- Obrigada por seu depoimento. Eu sou Sara Stark, ao vivo para o canal 6.
Cassie se levanta exaltada e pega o celular, digitando uma mensagem rápida para o grupo de contatos da escola, ela saí. "Izzy morreu, olhem o noticiário do canal 6. Encontrem-me na casa dela. Meia-noite."

Sophie, Leon, Dereck, Cassie e Spencer estão na frente da casa da Izzy. É quase meia-noite.
- Alguém mais vai vir? Eu tinha que voltar pra casa. - Spencer esfrega os braços, tentando se aquecer.
- Eu acho que não. Vamos logo com isso. - Dereck diz olhando para as meninas.
- Eu acho que isso é ilegal, mais uma coisa para a nossa lista de infrações. - Sophie dá um passo á frente e analisa a porta da casa da Izzy.
- A Nicki não vem? Vocês andam sempre juntas. - Spencer comenta.
- Eu acho que não, não falo com ela desde terça-feira.
- Olha, vamos entrar antes que algum vizinho nos veja, tá legal? - Dereck olha para os lados.
- Alguém trouxe algum cartão de crédito para abrir a porta? - Cassie diz procurando em sua bolsa.
- Não precisa.
Sophie diz empurrando a porta entreaberta. Eles passam pelas fitas isolantes e entram na casa.
- Como você sabia que estava aberta? - Cassie pergunta para Sophie.
- Eu assisto muitos programas sobre assassinatos, é por isso que eu sei tanto.
- Maluca.
Spencer comenta ao passar pela fita isolante. Eles ligam as lanternas e começam a andar pela casa.
- Não toquem em nada e cuidado onde pisam. A gente já está metido em encrenca demais.
Sophie diz apontando sua lanterna para as pessoas que estavam ali. Há um rastro de sangue no chão, o apartamento está em ordem tirando o banheiro que está todo bagunçado. É onde o rastro de sangue começa.
- Olha isso.
Dereck aponta a lanterna para o espelho onde pode-se ler "Vocês são os próximos " escrito com um batom vermelho que foi deixado na pia.
- Meu Deus! - Cassie cobre a boca quando vê o sangue e a mensagem.
- O noticiário teria falado. Os policiais teriam falado alguma coisa. Não é?
Spencer se desespera e parece prestes á chorar.
- O que está acontecendo... Meu Deus!
Leon entra no banheiro e vê a mensagem.
“Vocês são os próximos“.
- Quem quer que tenha feito isso, sabia que viríamos aqui. Isso definitivamente teria sido notícia. Pra quem você mandou a mensagem Cassie? - Dereck pergunta.
- Eu não lembro!
- Cadê seu celular?!
Cassie procura pelo celular em sua bolsa e o entrega para Sophie.
- Só tem o pessoal que foi acampar com a gente. É o grupo da nossa sala.
Ela diz olhando o celular.
- Quer dizer que o assassino é alguém da nossa sala.
- Não me diga sua anta.
Leon rolou os olhos quando Cassie o respondeu. Eles ainda encararam a mensagem antes de ouvirem um barulho vindo da sala. Entraram em pânico.
- Eu posso acreditar que isso foi o vento, certo?

Sophie disse, olhando na direção da sala.
- Sinto acabar com sua fé, mas isso não foi o vento. A gente tem que dar o fora daqui.
Eles andaram devagar pela casa, com as lanternas desligadas e em silêncio para não chamar a atenção. Parecia tudo normal, nada fora do lugar. Eles estavam prestes a passar a faixa da polícia quando viram uma silhueta á sua frente. A pessoa liga a lanterna e a coloca na cara dos garotos que estão apavorados.
- Ai meu Deus, eu não acredito que vocês caíram nessa. - Nicki começa a rir e eles ligam as lanternas.
- Caralho Nicki! Precisava assustar a gente desse jeito? - Cassie coloca a mão no peito e encara a amiga.
- Vocês deviam ver as suas caras.
- Isso não foi engraçado.
Sophie passa a fita isolante da polícia.
- Ah, foi muito engraçado, pode acreditar.
- Vamos dar o fora daqui antes que outra pessoa apareça.
Dereck passa a fita da polícia e eles saem.

No dia seguinte, mostramos Andie Clark correndo pelo parque, ela tira os fones de ouvido e olha para trás, pensando estar sendo seguida. Ela segue cautelosamente pela mata e, quando vai fazer uma curva, a maluca do acampamento passa com um cachorro que está latindo e parece bravo. Andie balança a cabeça e respira fundo para manter a calma. Alma está com uma jaqueta preta e acena para ela e continua seu passeio. Ela corre por mais alguns metros e está longe do centro do parque.  Ela está sozinha. Andie olha para trás por impulso e nota uma pessoa seguindo-a. Ela corre mais rápido, mas a pessoa ainda a segue até o momento em que a alcança e a mata com uma facada. O sangue espirra na roupa do assassino e ele arrasta o corpo de Andie pela floresta.

Mostramos os garotos no Skype, eles estão jogando algum jogo on-line.
(Garotos jogando endoidecidos)
- Sean! Pelo lado!
- Vai! Vai! Vai!
- Não idiota, os prédios! Eles estão nos prédios!
- Tommy, eu vou arrebentar a sua cara, atira neles!
- Zack! Faz alguma coisa!
- Granada! Granada!
- Porra você é muito idiota! Vai tomar no cu.
- Eu disse pra atirar na porra dos prédios.

Eles pausam o jogo e começam a conversar. (Improviso)
Zack olha para o lado.
- O que você tá fazendo aqui?
A tela de Zack sai do ar por um momento, os amigos tentam chama-lo, mas não obtém resposta. Quando a câmera volta, Zack está no chão, há uma poça de sangue e alguém escreve “Vocês serão os próximos.” A chamada é encerrada e os garotos estão apavorados.

Eles enviam uma mensagem para o grupo, eles se encontram no parque que haviam se encontrado logo após o acampamento.
- Zack morreu.
Tyler anuncia quando todos estão presentes.
- Ele morreu e a culpa é sua.
Ele avança na direção da Sophie, Leon e Dereck se colocam na frente dela.
- A culpa não é da Sophie.
Cassie diz com a voz trêmula, ela está segurando alguma coisa.
- Vocês serão os próximos estava escrito com o batom da Nicki no espelho.
- O quê?
- Quando entramos na casa da Izzy, a mensagem estava escrita com esse batom. Vocês serão os próximos, e a letra era bem parecida com a sua.
- Cassie, você está delirando! Eu nunca mataria a Izzy!
- E a Ayla? A Kim, a Amy? Você as odiava Nicki.
- Mas eu não matei ninguém!
- Não vamos perder a cabeça, tá legal?
Sophie separa Nicki e Spencer que estavam prestes a brigar.
- Chega! Eles morreram tá legal? Se vocês querem acusar alguém, vão á polícia. Aí eles vão descobrir quem matou e a gente acaba com essa palhaçada, mas eu duvido que vocês queiram explicar por que mentiram no depoimento.
Cassie ajuda Sophie a separar as duas.
-Acusações não vão levar a lugar nenhum, não vamos voltar pra polícia.
Dereck diz.

-E o que a gente faz? Senta e espera a vez de morrer chegar? Eu tô fora, se esse filho da puta tentar se meter comigo, ele vai ver só.

Tyler caminhou de um lado para o outro, apertando as próprias mãos como se estivesse se preparando para uma luta.
-Vamos esperar um pouco, quem quer que esteja fazendo isso tem tudo planejado. A gente devia se colocar um passo á frente do assassino.
Sophie tenta pensar no que está motivando o assassino.
-Como vamos estar um passo á frente do assassino, Sophie?
-Se soubéssemos como ele está matando as pessoas, o critério que ele usa para matá-las... Seria muito mais fácil prevenir seu próximo passo.
Cassie parece entender onde Sophie quer chegar.

-Quem morreu até agora?
Spencer pergunta.
-Ayla, Amy, Kim, Nour...
-Luigi, Izzy, Andie e Zack.
Eles pensam por um momento.
-Se Luigi e Andie não tivessem morrido eu diria que ele estava começando pelos populares.
Sophie diz, eles ficam pensativos por mais um momento.

-Talvez eles estivessem na hora e no lugar errado, vejam bem, Luigi foi com a Kim e com a Amy procurar a Nour.
-Que também era popular.
-Ele só teve um pouco menos de sorte.
Leon diz.
-E Andie morreu no parque, no mesmo parque em que eu pratico corrida.
Annie se pronuncia.
-Então era pra você ter morrido no parque, se o assassino soubesse da sua rotina.
-Eu... Acho que sim.
-Então a vez dela foi pulada porque ela sobreviveu no dia em que deveria ter morrido?

Tyler diz.
-Eu não sei, não acho que esse assassino seja fã de filmes de terror, se bem que as mortes á faca são dignas da franquia Pânico.
Sophie continua pensando.
-Seja qual for o motivo, eu acho que você deveria ficar atento Tyler, ele está se baseando em alguma coisa. Digamos que você esteja certo e Annie não morra, você é o último popular antes da Lux. Vocês três tem que ficar de olho.
-Vou tentar não levar isso como uma ameaça, Williams.
-Eu não estou fazendo isso Tyler. Se eu fosse um serial killer, o que eu não sou, não deixaria que meu modus operandi fosse tão óbvio. Eu nunca seria pega.

-Você só está nos convencendo de que é uma maluca assassina.
-Desculpe.
-Então, eu devo fazer como o carinha de Premonição e me isolar do mundo totalmente?
-Isso funcionou com ele?
Sophie se vira para Tyler.
-Não.
-Então não seja ridículo. A gente tem que ficar junto, primeira regra do filme de terror. É difícil matar um, treze é quase impossível.
-Quase?
Spencer se assusta.
-Eu não sei com que armas ele pode trabalhar, não é tão difícil matar treze pessoas assim. É trabalhoso, não difícil.
-E você ainda quer que acreditemos que você não é a assassina. 
Nicki diz.
-Eu só estou falando o que eu aprendi com as aulas de história e filmes de terror. Mas voltando ao assunto, seja quem for que estiver matando, vai querer a menor plateia possível então... Tentem não ficar sozinhos.
-Não ficar sozinho. Parece fácil.
Tyler fala para si mesmo.
-Beleza, já que estamos conversados, eu vou indo. Tenho a redação da faculdade pra fazer, até mais.
Annie sai junto com Spencer. Cassie, Nicki e Tyler saem logo depois com Dereck, Leon e Sophie.

-Idiotas. Não fiquem sozinhos, não fiquem sozinhos. Quem aquela garota pensa que é?
Annie diz em tom de deboche enquanto anda até sua casa.
-Não sou eu quem vai ficar perdendo meu tempo com aqueles imbecis, minha redação pra Yalle não vai ser feita sozinha e eu não vou conseguir escrever com eles me rondando.
Ela aperta o casaco por conta do frio e continua falando sozinha enquanto anda.
-A Sophie é a mais esquisita, aposto que ela é quem fez aquilo com os nossos colegas. Aposto que ela quer que fiquemos juntos pra que ela mate todos nós de uma vez, ela mesma disse que não é impossível.
Ela dá mais alguns passos e continua falando.
-Quer saber, tomara que o Tyler seja o próximo, assim eu não tenho que ficar aguentando as babaquices dele.
Assim que termina de falar, Annie sente alguém puxar seu braço para dentro do beco, um baque pode ser ouvido e seu corpo está no chão. 
Quando acorda, Annie está amarrada pelos pulsos, ela tenta soltar as amarras, mas a corda é muito larga para que possa fazê-lo. Ela grita por socorro, mas ao invés de ajuda, ela escuta uma risada.
-Isso é tão clichê sabia? A pior cena nos filmes de terror.
-Do quê você está falando? Você é maluco!
Um objeto afiado é colocado em sua garganta.
-Estou falando, Annie Carter, sobre filmes de terror, onde a garota indefesa sabe que não tem como sair da armadilha mas insiste em gritar. Poupe-nos do clichê e pare de gritar, nós dois sabemos que você não vai sair dessa.
-Você é doente.
Annie não consegue saber quem está atrás dela, mas a pessoa faz um barulho de reprovação com a boca.
-Talvez eu devesse te cortar em pedacinhos pra você aprender a ser menos impertinente.
Annie engole o choro.
-Ou talvez, você devesse ser decapitada como Anna Bolena. Ana, Annie... O que acha? Vadias como você eram decapitadas na antiga França. O que acha de uma pequena aula de história, Annie?
Annie continua tentando se soltar das amarras no galpão.
-Você ainda não entendeu que não vai sair daí?
-Porque?
-Porque são nós de marinheiro e...
-Não! Porque você está fazendo isso comigo.
-Bem, eu nunca fui com a sua cara. Pra começo de conversa. E depois, você não tem sido uma garota tão boa assim, Annie. Arrogante, soberba... Pessoas já foram mortas por muito menos. Eu só estou... Fazendo um pouco de justiça. 
Annie chora e tenta se soltar mais uma vez. O assassino agarra seus cabelos e, num golpe, corta sua cabeça com um facão. O corpo cai inerte no chão enquanto o assassino segura a cabeça ensanguentada. 


Sophie e Dereck estavam conversando em uma lanchonete.
-O que você acha de tudo isso?
Dereck pergunta á Sophie que deixa o lanche na mesa.
-Eu acho que é muita loucura pra ser verdade, quer dizer, é a reprodução em vida real de todos os filmes de terror que eu já vi. Você sabe, o modo como elas morreram... Totalmente Alfred  Hitchcock.
-Não querendo levar um tapa e, mesmo assim, correndo o risco de levar um... Quem?
- Hitchcock. O cara que criou Psicose. O filme de terror que inspirou todos os outros?
Dereck balançou a cabeça negativamente.
-A mulher que morre esfaqueada tomando banho.
-Ah! Esse filme. Sim, sim. O que tem ele?
-Eu não sei direito. Ao mesmo tempo que as mortes seguem um padrão, elas são diferentes. Por isso  Hitchcock. Em plena década de vinte o cara revolucionou o cinema. Imagina o que é isso?
-Não, mas pela sua cara deve ser bem extraordinário.
Eles riem.
-Enfim, tirando a parte em que eu piro sobre isso, o que está acontecendo é bem sério.
-Não me diga. Pessoas morrendo á nossa volta é tipo, super normal.
-Continuando... Eu não consigo encontrar um motivo pra tudo isso, existem meios mais fáceis de matar alguém. Porque fazer uma analogia á clássicos do terror?
-Sophie, eu tenho cem por cento de certeza que não é você quem está matando esse pessoal, mas quando você fala assim, fica meio difícil de acreditar.
-Os vilões só revelam o plano no final, se eu estivesse matando, porque eu daria a abertura pra você perguntar sobre isso? Não faz sentido, á menos que você seja o próximo.
-O que eu espero que não seja. Eu sou seu amigo Sophie, você deveria me matar por último.
-Ou te matar agora.
-Como? Estamos numa lanchonete lotada.
-Talvez eu tenha colocado algo no seu lanche enquanto você saiu para ir ao banheiro. Talvez eu tenha um galpão abandonado cheio de ferramentas enferrujadas esperando por você, o que acha disso?


Cassie e Nicki estão em casa.
-Me explica de uma vez Nicki, como o seu batom foi parar no espelho do banheiro da Izzy.
Cassie joga a bolsa no sofá e encara a amiga.
-Eu não sei Cassie! Não vejo esse maldito batom desde o acampamento.
-Não faz sentido Nicki!
-Toda essa gente morrendo também não faz sentido Cassie, mas eu estou dizendo que não matei ninguém e não sei como a porcaria do batom foi parar no banheiro daquela garota.
Elas se encaram por um momento.
-Que seja. Eu não estou com cabeça pra isso agora.
-Tá. Vamos lá pra cima, meu irmão vai querer jogar videogame daqui á pouco.
-Hum, esse filme é muito legal. Espera aí que eu vou fazer pipoca.
Cassie vai até a cozinha e dá de cara com a porta da frente batendo. Ela dá de ombros e continua fazendo a pipoca. Ela escuta um barulho no quarto e grita para Nicki.
-Você não vai me assustar Nicki!
Ela fica em silêncio por um tempo e um barulho mais alto pode ser escutado. Cassie anda até o quarto onde encontra o corpo ensanguentado de Nicki no chão. O assassino está todo de preto e a arma do crime está em suas mãos. Ele se vira para Cassie, que tenta correr para se salvar. O assassino a acerta na cabeça e ela cai desacordada no chão. Ele coloca os corpos num saco e os arrasta para fora da casa.

Zoey está no parque procurando por alguma coisa, ela tem um caderninho em mãos e vai anotando algumas coisas.  
-Isso não faz sentido. Ele estava com a gente, como deixamos passar?
Ela anda mais alguns metros quando escuta alguém gritar com ela.
-Ei! Você não pode ficar aqui!
O policial caminha em sua direção.
-Isso aqui é uma cena de crime, nenhum jornalista pode atravessar a faixa amarela.
O policial puxa o braço de Zoey.
-Eu não sou jornalista!
Ela puxa o braço de volta.
-Você não pode ficar aqui de qualquer jeito.
-Eu preciso saber quem matou meus amigos!
-Olhe senhorita, todos nós queremos saber quem foi o assassino. Mas você não pode invadir a cena do crime.
-Eu acho que sei quem foi, eu só preciso me lembrar. Por favor!
O policial a olha por um instante.
-Tudo bem, mas eu vou acompanhá-la. E tem quer ser rápido.
Eles andam mais um pouco pelo parque. 
-Aqui foi onde achamos o corpo.
O policial aponta a mancha de sangue no chão. Zoey se abaixa pra olhar melhor.

-O parque está bem no meio da cidade, certo?
-Exatamente.
-E a escola secundária está á cinco quadras daqui, certo?
-Sim, mas o que tem a ver com a garota que...
-Nada. Muito obrigada, policial.
Zoey corre para o estacionamento. O policial volta até a delegacia, onde outro policial e o delegado estão investigando o caso.
-Alguma novidade?
Frank pergunta para o colega que está olhando o mapa.
-Uma garota esquisita apareceu lá no parque hoje. Me fez duas perguntas e saiu correndo.
-O que ela perguntou?
-Se o parque ficava bem no centro da cidade e se a escola ficava á cinco quadras dali. Eu não entendi nada.
Fank olha o mapa e tenta saber o que isso tem a ver com os assassinatos.
-Todas as vítimas até agora eram do Olympia High. Maccario, consiga o registro escolar do ensino médio desse colégio. Eu quero saber até qual o tipo sanguíneo de todos os alunos.

-Mas, Aleph...
-Anda!
Alexander Maccario sai da sala e Paul Sabellio se aproxima do oficial.
-O que descobriu, Franklin?
-As mortes aconteceram em locais estratégicos até agora, todas perto do colégio. Os desaparecimentos foram os mais longes, aqui e aqui.
Ele apontou para as bolinhas no mapa. Franklin buscou barbante em uma das gavetas e começou a ligar os alfinetes no mapa.
-Nosso assassino mora dentro dessa área.
Ele disse quando terminou de ligar os pontos.
-Ótimo Franklin, são quase cinco hectares.
-Mas a maior parte disso é o parque e a floresta. Ninguém tem permissão legal pra morar no parque ou na floresta, o que nos deixa com a parte urbana. Quando Aleph me trouxer o registro dos alunos, eu vou saber quem mora por aqui.
Paul analisou o mapa por um instante.
-Bom trabalho.
Ele disse e se retirou.

Zoey está falando no celular enquanto dirige.
-Tá, eu estou na rua quinze, número duzentos e sessenta. Tem alguém que mora por aqui?
-Eu posso ser presa por isso!
-Spencer! Se concentra! Quem da escola mora na rua quinze?

-Hum, deixa eu ver.
-Anda logo!
-Achei. Rua quinze, número trezentos e doze. Cara, você não vai gostar de saber quem é.

Zoey estaciona o carro na frente da casa e respira fundo antes de sair.
-Eu posso ser presa por isso.
Zoey caminha até uma das janelas para constatar se a casa está vazia. Ela olha para os lados e vê que nenhum vizinho está olhando. Ela vai até a porta da frente e a abre com um cartão de crédito.
-Legal. Onde você esconde suas coisas, psycho?
Ela anda pela casa silenciosamente. Não há nada no primeiro andar, subindo as escadas ela abre cada porta e se depara com um quarto.
-Maldito seja o cara que criou a trilha sonora pra filmes de espionagem.
Ela resmunga e entra no quarto. Com uma olhada rápida ela nota algo sob o colchão. Zoey se aproxima da cama e retira o objeto com todo o cuidado do mundo. Folheando o caderno, sua expressão passa a ser de total horror.


Gabe está no elevador do prédio, ela está indo até a piscina. Um grupo de crianças passa correndo por ela, que se assusta.

-Pirralhos.
Ela resmunga e continua andando. Gabe se senta em uma das espreguiçadeiras e continua a ler seu livro ela marca a página em que parou onde pode-se ler " Você será o próximo" em uma das falas. Gabe coloca os fones de ouvido e se senta á beira da piscina. Ela não vê quando alguém vestido de preto se aproxima e coloca a faca em seu pescoço. Sentido o objeto afiado na garganta, Gabe se debate e consegue ficar de pé, na luta para ficar viva, a faca é cravada em seu peito. E ela cai sem vida na piscina.

Lux está indo com Tyler até a casa de Gabe. Michael ligou á meia hora dizendo que Gabe estava morta. Morta! Sua melhor amiga por toda a vida estava morta!
-Eu aposto que é a aberração da Sophie que está fazendo isso.
Tyler diz irritado enquanto espera para entrar no prédio. Lux não consegue responder, ela está chorando muito.
-Ei, Michael avisou vocês também?
Leon aparece do nada, assustando Lux.
-Eu sinto muito Lux, eu sei o quão amigas vocês eram.
-Eu conhecia aquela idiota desde que éramos bebês!
Ela começa a chorar de novo e Tyler a abraça.
-Vamos entrar. Michael deve estar arrasado.

Zoey fecha a porta do apartamento para os últimos amigos de Gabe. 
-Como eu vou falar pros meus pais Z.?
Zoey abraça Michael e tenta confortá-lo.
-Eu fui chamá-la pra gente sair... Quando eu cheguei lá a piscina tava toda vermelha, e eu nem liguei porque as crianças aqui do prédio fazer esse tipo de coisa. Mas o corpo dela tava boiando na água. Foi horrível, Z.
Zoey se separou do namorado para olhá-lo nos olhos.
-Eu vou acabar com isso está bem? 
Ela saiu do apartamento to com o celular em mãos.

-Eu sei quem está fazendo isso.
Zoey estava falando no celular.
-Não dá tempo de explicar, me encontra no colégio daqui á meia hora.
Ela parou em frente ao carro e esticou a mão para abrir a porta. Algo parecia errado.

-Se eu não aparecer, vai no endereço que eu te mandei por mensagem.
-Zoey! Zoey, o que diabos você está...
Zoey desliga o celular e olha seu carro atentamente. Algo parecia muito errado. Duas mãos se chocaram com o vidro do lado de dentro do carro. Zoey correu o mais rápido que pôde. O assassino quebra o vidro do carro e corre atrás de Zoey, ela não olha para trás até chegar num poço na garagem. O assassino está vindo na direção dela. Ela olha para ele e olha lá pra baixo. O assassino corre mais rápido, tentando chegar na garota antes que ela pule, mas é tarde demais. Zoey pulou no poço da garagem e tudo o que restou foi uma poça de sangue lá em baixo.

O sol está quase se pondo e Tyler está na quadra com alguns dos meninos, eles estão jogando basquete. Fazem alguns lançamentos e conversam enquanto isso.
-Bizarro não é?
Tommy diz enquanto lança a bola na cesta.
-O quê?
-Como assim o quê? Toda essa merda que vem acontecendo.
-A gente não devia discutir isso.
Tyler diz.
-Porque? Só porque um babaca encapuzado disse que um de nós era o próximo? Que piada.
-Porque tem gente morrendo de verdade Sean! O Zack morreu na nossa frente! Como vocês podem achar que isso é piada?
-Porque ninguém achou o corpo!
Sean responde lançando a bola.
-Olha, se vocês forem continuar com a D.R., eu vou dar o fora.
Tommy diz recolhendo suas coisas.
-É, eu também. Tyler está muito preocupado porque o parceiro dele morreu.
Eles saem da quadra e Tyler continua lá, fazendo lançamentos.
-Idiotas.
Ele resmunga quando erra uma cesta e vai buscar a bola, ele ouve uma arma sendo engatilhada.
-O que diabos...?
Ele se vira para encontrar uma figura encapuzada apontando uma arma para ele.
-Você se acha tão foda atrás dessa arma, não é? Aposto que não tem coragem!

Ele grita, desafiando o assassino.
-Anda! Eu sei que é você Sophie! Essa roupa preta e essa arma não fazem você ser menos esquisita. Eu aposto que está fazendo tudo isso porque é uma vadiazinha bulinada que aprendeu a se vingar. Patético!
O assassino continua apontando a arma. 
-Atira! Anda! Eu não tenho medo de você, Sophie!
O assassino mira e atira três vezes, duas no peito e uma na cabeça. Ele caminha até o corpo e o arrasta pra fora da quadra. O corpo é colocado num saco preto e ele entra no elevador de serviço, o sangue começa a formar uma pequena poça no chão, mas ele sai tranquilamente, como se nada estivesse acontecendo.

Na mesma noite, Spencer está voltando para casa, ela tem a sensação de estar sendo seguida. Ela andou um pouco mais rápido e se encolheu dentro do casaco. Mais alguns passos á frente, Spencer é agarrada por uma figura encapuzada que desliza a lâmina afiada por sua garganta sem nenhuma cerimônia. O corpo é deixado na rua e o assassino vai embora.

Sophie passa pela sala e olha Sean, Tommy e Savannah que estão na detenção. Dois alunos passam se empurrando, fazendo com que ela tome um susto. Eles começam a gritar e a brigar, Sophie se afasta pra não ficar na confusão. O professor que está na sala mais próxima vai ver o que está acontecendo, ele sai da sala para apartar a briga entre os dois garotos do ensino médio. Ele tenta separá-los mais é difícil, Sophie está caminhando para a saída quando ela ouve barulhos de tiro. Ela não se mexe até ter certeza de que aquilo foi real, então vai correndo para a origem do som, no final do corredor.
Ela vê a porta da saída de emergência ser batida com força, ela entra na sala e se depara com os corpos dos três estudantes no chão. Ela grita e o professor a tira da sala. Sophie não consegue acreditar que isso aconteceu tão perto dela, sem que ela pudesse fazer nada. Sophie se desvencilha dos braços do professor a abre a porta de incêndio, procurando pelo assassino em vão.
Sophie está sentada na enfermaria, dois policiais estão falando com ela.
-Conte-nos o que viu.
Ela ainda treme um pouco.
-Eu... Eu estava andando pra saída, tinha acabado a aula de espanhol e ia pra casa. Eu passei na sala da detenção e vi Sean, Tommy e Savannah lá, como de costume. O professor estava com eles. Duas alunas começaram a brigar e eu andei mais rápido até a rampa, quando eu... Eu ouvi os.... Ai meu Deus.
Ela começa a chorar e um dos policiais tenta confortá-la.
-Calma, você não está em perigo.
-Eu entrei na sala pra ver o que tinha acontecido e eles estavam mortos. Ninguém estava lá. Ele fugiu pela escada de incêndio.
Os policiais se entreolharam e um deles saiu.
 Frank está analisando a porta de incêndio, há uma digital com sangue na maçaneta. Ele pega uma amostra da digital e guarda num saquinho de provas, para a análise depois.

Lux está em casa, ela está sentada á mesa com um copo de água e um recipiente de remédios. Ela está chorando porque todos á sua volta estão mortos. Seus amigos, colegas de classe... Até as pessoas que ela nunca trocou mais de uma sílaba estão mortas. Ela espalha os remédios pela mesa e tenta parar de chorar por um minuto, mas é impossível. Lux pega um punhado de remédios e os analisa antes de largar todos eles na mesa e se levantar dizendo que não consegue fazer aquilo.
-Ah você vai.
O assassino está atrás dela, com a arma engatilhada.
-Eu não consigo!
Ela volta a chorar.
-Você vai terminar o que começou, ou eu termino por você!
Ele encosta o cano da arma na cabeça dela e Lux se senta outra vez.
-Por favor, não!
Ela continua implorando e chorando, mas o assassino não vai ceder.

Dereck está na frente de uma casa falando ao celular.
-Muito obrigado, senhor Sabellio. Se ele não estiver aqui eu vou deixar a chave debaixo do carpete.
Ele desliga o celular e procura pela chave escondida num vaso de plantas. Dereck entra na casa aparentemente vazia e chama por Leon, que não responde.

-Eu não consigo! 
Lux grita em meio ao choro. 
-Tudo bem, já que você não quer cooperar.
Ele coloca a arma na cabeça da garota outra vez, e puxa o gatilho.
Lux cai na mesa, ha um orifício de saída em sua testa. Ela está morta.

-Já que você não está aqui. Seu videogame está.
Dereck liga o videogame do amigo e começa a jogar, enquanto ele não vem.

-O assassino está carregando alguns sacos pretos pela floresta, ele ouve alguém se aproximando, então se esconde.
-Não se preocupe, nada de mal vai acontecer com você.

Alma passa pelo assassino, acariciando um bichinho. O assassino a segue sem ser notado, curioso com a nova vítima.
-Pronto. Pronto.
Ela serve uma xícara com leite para o gatinho. O assassino está observando da janela. Alma se vira por um instante para buscar a faca. Ela sorri docemente para o animal e se ajoelha diante dele.
-Aqui está, bichano.
Ela ergue a faca e sangue espirra em sua cara. Ela matou o animal. O assassino se esconde outra vez, quando a porta da cabana é aberta. Quando Alma sai do seu campo de visão, o assassino entra na cabana e pega a faca que ela usou. Ele corre até onde deixou os corpos e os esfaqueia mais algumas vezes, para que a faca contenha o sangue deles. O assassino devolve a faca no lugar e deixa os corpos junto com os outros, num lugar não tão longe dali. 

Dereck está jogando e perde uma partida.
-O que você tá fazendo aqui?
-Eu vim te perguntar uma coisa, mas pelo visto, era uma pergunta retórica.
-Você não tem o direito!
-Você têm matado gente!
-Eles mereciam!
-Você é doente.
Dereck passa pela porta mas para quase no mesmo instante. Ele tosse algumas vezes e cospe sangue logo antes de cair no chão. Atrás dele, Leon está segurando a faca na posição em que parou. Ele deixa a faca cair no chão e começa a chorar quando percebe o que fez.

-Isso só pode ser brincadeira.
Sophie diz quando olha para a casa onde Zoey pediu que ela fosse. Zoey havia morrido, como todos os outros. Ela toca a campainha e Paul Sabellio atende a porta.
-Ah, oi senhor Sabellio, o Leon está?
-Não, ele foi no centro comprar alguma coisa, mas já já ele volta. Eu posso ajudar?
-É coisa boba, eu precisava do livro de física dele, não consegui fazer alguns exercícios.
-Não seja por isso, deve estar na mala dele, lá em cima.
-Obrigada, eu não demoro.
Sophie inventou a desculpa mais cabível em que pôde pensar, subiu as escadas rapidamente e entrou no quarto de Leon. Ela procurava por um caderno preto que Zoey havia mencionado. Ela procurou em todo o lugar, mas não encontrou.
-Isso é ridículo. Zoey era maluca. Ponto Final.
Sophie sentou no chão e olhou a mala de Leon, encostada num canto do quarto.
-Eu precisava do livro de qualquer jeito.
Ela dá de ombros e puxa a mala, se afastando rapidamente quando vê o que há dentro. Um moletom preto que envolvia uma faca ensaguentada. Ela tirou as coisas da mochila, espalhando-as pelo quarto, no fundo da mochila, bem lá em baixo, havia um caderninho preto surrado. Ela abriu para ler.
"Eu matei Dean Hardwick" Estava escrito em oito páginas seguidas, depois, vinham fotos de animais mutilados e outras atrocidades, alguns rabiscos que indicavam o quão angustiado o garoto se sentia. Ela não podia acreditar.
"Eu te amo tanto" Estava escrito em duas páginas inteiras, logo atrás de uma foto dela mesma, em uma das páginas. Nas páginas seguintes, haviam fotos, fios de cabelo, sangue de todas as vítimas dele. Todos os seus amigos. Todas as pessoas com que ela conviveu.
-É feio bisbilhotar, Williams.
Ela deu um pulo quando a voz familiar soou tão perto.
-Me desculpa Leon eu não... Eu não queria.
Ela se afastou dele, á medida que ele entrava no quarto. O olhar dele foi até o caderno que ela segurava em uma das mãos.

-Eu os matei.
Ele disse rindo.
-Eu os matei!
Ele disse como se comemorava.
-Não é ótimo Sophie? Criamos o melhor filme de terror já feito! Você não está feliz?
-Feliz? Leon se eu soubesse...
Ele a encarou e ela parou de falar.
-O que tem de errado Sophie? Eu transformei sua vida na sua coisa favorita!
-Você matou gente, Leon. Matou pessoas de verdade, que tinham irmãos, família.

Ela sussurra, com medo da reação de Leon.
-Eles eram a parte dispensável do elenco. Você não vê? Você é a protagonista Sophie! A estrela do filme!
-Leon... Você matou o Dean.
Ela diz baixinho. Ele coloca uma mão em sua garganta, sufocando-a.

-Você ainda se importa com o garoto Hardwick, não se importa? Sim, eu matei o Hardwick, matei os idiotas da nossa sala, esfaqueei cada um deles por tudo o que fizeram com você. Eu vi os sangue deles sujar as minhas mãos Sophie, e foi ótimo. Hardwick foi um acidente, eu empurrei o idiota na piscina e ele não sabia nadar. Mas eu fui me aperfeiçoando, ficando cada vez mais experiente. Eu tenho que te contar, matar um animal não é nada comparado á matar uma pessoa. Você devia tentar. Seu coração bate tão rápido que você mal pode ouvi-lo. A expectativa é tanta que adrenalina é liberada pelo seu corpo, você vê melhor, ouve melhor, age melhor. Ah, Sophie, se você soubesse o quanto matar é bom, não ficaria chorando por um babaca como o Hardwick.
Ele vai matá-la.
-Não... Leon... O que você fez... Foi.... Foi brilhante!
Ele afrouxa a mão no pescoço dela.
-Mesmo?
-Mesmo! Eu não suspeitava de você em nenhum momento.
Ele sorri.
-Você fez um ótimo trabalho.
Ela o abraça. Sophie está com os olhos arregalados e escorre sangue de sua boca. Ela tosse algumas vezes.

-O seu erro, Sophie.... É que você subestimou o assassino.

  Os policiais estão cercando uma cabana no meio da floresta, há corpos lá dentro e não muito longe dali. A faca com sangue está em uma mesa lá dentro. Eles algemam uma garota e a levam para a delegacia. 
-Você matou os adolescentes? Sim ou Não?
Alexander pergunta para a garota.
-Não! Eu já disse que não!
-Chega de mentir! A faca estava lá, cadê a arma? Como você explica aqueles corpos?
-Eu não sei! Eu não sei tá legal! Eu sai de manhã e quando eu voltei, aquilo estava lá.
-Chega. Levem ela daqui.
Alexander pede aos policiais que levam Alma da sala. 
Frank está com um papel em mãos, é o resultado das digitais.
-Paul. Precisamos conversar.
-Sobre o quê, Frank?
Sabellio diz com um sorriso, mas murcha assim que vê a expressão do oficial.
-Você está cometendo um erro. A garota não é a assassina.
-De novo com essa história, Aleph?
-Os resultados do teste acabaram de chegar. 
Aleph colocou a folha em cima da mesa.
-Isso não prova nada, Franklin.
-Seu filho é a porra de um assassino Sabellio, isso prova muita coisa!
-Ela estava lá, a arma do crime estava lá. Os malditos corpos estavam lá Franklin! Usar um pedaço de papel contra provas assim não vai te levar á lugar algum.

Paul amassou o papel e o jogou na lixeira.
-Você sabe o que está fazendo. Eu não vou dizer que te avisei.
Aleph sai da sala.
 No colégio, Leon está indo para a sala quando esbarra em uma garota.
-Me desculpa.
Ela diz olhando para ele.
-Você é nova aqui, certo?
-Kylie Hood. Vim transferida de outra cidade.
-Leon, é um prazer te conhecer. 
The End